terça-feira, 30 de junho de 2015

NA ARTE E NA VIDA: Eugênio Kusnet


"O trabalho de teatro é um trabalho em equipe."


O ator através de seu comportamento físico, exterior, mostrando como o personagem come, dorme, anda, fala,  convence o espectador da realidade da vida interior do personagem: do que ele pensa, do que ele quer, do que ele sente, o que vale dizer: convence-o da realidade da vida do espírito humano. “As pessoas estão jantando, apenas estão jantando, mas exatamente nesta hora se forma a sua felicidade ou se arruínam suas vidas”. (Anton Tchekhov)

A ARTE DRAMÁTICA É A CAPACIDADE DE REPRESENTAR A VIDA DO ESPÍRITO HUMANO EM PÚBLICO E EM FORMA ESTÁTICA.

(...) Stanislavski e seus verdadeiros adeptos nunca fizeram objeção a nenhum estilo de teatro. Um dos maiores diretores de teatro soviético, Nicolai Okhlópkov quando duramente criticado pelos seus colegas de camada conservadora que o acusavam de estilização e modernismo exagerados, respondeu às acusações num artigo: “Que cada diretor  use o que achar conveniente e de acordo com seus princípios artísticos,contanto que  isso não somente não prejudique, como também ajude, coopere na realização do mais importante: a revelação do rico e complicado mundo interior  do homem. Do contrário o ator não terá nada que fazer e o diretor nada que procurar.” E depois: “ O espetáculo só se realiza quando consegue revelar este mar de idéias, emoções e desejos; e um mundo inteiro em cada gota desse mar”.

Eugênio Kusnet. Ator e Método. P.6














sexta-feira, 12 de junho de 2015

Stanislavski:sobre arte e o ator


"Ame a Arte que há em você.Não você na Arte."

O ator deve trabalhar a vida inteira, cultivar seu espírito, treinar sistematicamente os seus dons, desenvolver seu caráter; jamais deverá desesperar e nunca renunciar e este objetivo primordial: amar sua arte com todas as forças e amá-la sem egoísmo.

A disciplina férrea (...) é absolutamente necessária em qualquer atividade em grupo. (...) Isto se aplica sobre tudo à complexa atividade de uma representação teatral. (...) Sem disciplina, não pode existir a arte do teatro.

Para aqueles que não são capazes de crer, existem os ritos; para aqueles que não são capazes de inspirar respeito por si mesmos, existe a etiqueta; para aqueles que não se sabem vestir, existe a moda; para aqueles que não sabem criar, existem as convenções e os clichés. É por isso que os burocratas amam os cerimoniais; os padres, os ritos; os pequeno-burgueses, as conveniências sociais; os galanteadores, a moda; e os atores, as convenções teatrais, os estereótipos e um inteiro ritual de ações cênicas.
 "História de uma direção teatral" 








CONSTANTIN STANISLAVSKI

SOBRE TEATRO E ATOR EM GROTOWSKI



"O teatro pode existir sem figurinos nem cenários? Pode, sim senhor.Pode existir sem música de acompanhamento? Pode.Pode existir sem efeitos de luzes? Claro que pode.E sem texto? Também; a história do teatro confirma-o.[...]
Mas poderá o teatro existir sem atores? Não conheço nenhum exemplo disso. [...] Pode o teatro existir sem público? Em última análise, é necessário, pelo menos um espectador para fazer um espetáculo. Ficamos, pois, com o ator e o espectador. Logo, podemos definir o teatro como «aquilo que tem lugar entre espectador e ator".
(Grotowski, 1975: p. 29-30)

"A essência do teatro é o encontro. O homem que realiza um ato de auto-revelação é, por assim dizer, o que estabelece contato consigo mesmo. Quer dizer, um extremo confronto, sincero, disciplinado, preciso e total – não apenas um confronto com seus pensamentos, mas um encontro que envolve todo o seu ser, desde os instintos e seu inconsciente até o seu estado mais lúcido."

"Fazemos um jogo duplo de intelecto e instinto, pensamento e emoção; tentamos dividir-nos artificialmente em corpo e alma. Em nossa busca de liberação atingimos o caos biológico.Fazemos um jogo duplo de intelecto e instinto,..."

"A criatividade consiste em descobrir o desconhecido."

"O gesto é uma ação periférica do corpo, não nasce no interior do corpo, mas na periferia. Por exemplo, quando os camponeses cumprimentam as visitas, se são ainda ligados à vida tradicional, o movimento da mão começa dentro do corpo  e os da cidade assim . Este é o gesto. Ação é alguma coisa mais, porque nasce no interior do corpo. Quase sempre o gesto encontra-se na periferia, nas "caras", nesta parte das mãos, nos pés, pois os gestos muito freqüentemente não se originam na coluna vertebral. As ações, ao contrário, estão radicadas na coluna vertebral e habitam o corpo."


Jerzy Grotowski







NA ARTE E NA VIDA: Fernando Peixoto



“Nossa poética será fatalmente uma poética da violência. Vivemos num imenso país de sofrimento e opressão. Nossa arte precisa ser antes de tudo uma arma de libertação.”

“O teatro muitas vezes parece uma expressão em crise. Em certas épocas, quase perde o sentido;em outras, é perseguido; ora se refugia em pequenas salas escuras, ora sai para as ruas... Diversão e conhecimento, prazer e denúncia, emoção __ como definir o teatro, qual o seu significado social, suas perspectivas e tendências? E o que é fazer teatro”.

(...) A história do teatro é também a história das diferentes concepções  do trabalho do ator. O trabalho do ator pressupõe treinamento constante e aperfeiçoamento técnico, além da inteligência e sensibilidade atentas à observação da vida social, ao entendimento das relações  de produção e suas consequências  no cotidiano social dos homens. Um vigoroso treinamento físico, pois seu corpo é seu instrumento de trabalho. É um estudo constante, alimentado pela inquietação e desconfiança em relação ao que lhe é apresentado como conhecido ou definitivo. Pois a matéria prima de seu trabalho são os homens e a sociedade.
O que é teatro.
Fernando Peixoto


“Quando encenei Don Juan de Molière resolvi, num ímpeto, romper com tudo: retirar, inclusive, as poltronas do teatro, abolir a separação entre platéia e espetáculo, em termos de espaço pré-determinado. As cenas assim representadas onde houvesse espaço. O público se afastaria, e isto aconteceu, para permitir este espaço, se fosse necessário. Depois redescobri o potencial criativo do palco italiano. Na verdade, cada espetáculo deveria ter um espaço específico para si mesmo, que atenda às suas necessidades intrínsecas, sem qualquer tipo de imposição. O espaço teatral ideal, hoje, é o espaço vazio, com condições técnicas para se transformar, em pouco tempo, e com poucos recursos, em qualquer tipo de dispositivo cênico proposto pela livre concepção do espetáculo. O encenador, que hoje, censurado,trabalha inseguro e humilhado, em certo sentido, já começa condicionado pelos limites do espaço que dispõe ao ser alugada uma determinada sala. Mas esta liberdade não poderá ser confundida com a idéia de buscar uma linguagem isenta da contribuição do passado. A vanguarda pela vanguarda nada significa. Os saltos qualitativos surgem dos quantitativos. Um extraordinário pensador deste século já declarou: é preciso construir com os tijolos que existem, com os que nos deixaram. E Lênin se referia a construir uma sociedade nova!”
Fernando Peixoto












ARTE E O ATOR


"A vida bate e estraçalha a alma e a arte nos lembra que você tem uma."


"O crescimento como ator e como ser humano são sinônimos."
Stella Adler

ATOR E TEATRO: PETER BROOK



 "O palco é um espaço vazio a ser preenchido pela matéria humana."







terça-feira, 9 de junho de 2015

AINDA SOBRE TEATRO: PAIXÃO VOCAÇÃO DISCIPLINA


Conferências sobre o Teatro

O teatro foi sempre a minha vocação. Dei ao teatro muitas horas da minha vida. Tenho um conceito de teatro de certa forma pessoal e resistente. O teatro é a poesia que se levanta do livro e que se faz humana. E ao fazer isso, fala e grita, chora e se desespera. 
O teatro necessita que os personagens que aparecem em cena levem um traje de poesia e ao mesmo tempo é preciso que se vejam seus ossos, o sangue. Hão de ser tão humanos, tão horrorosamente trágicos e ligados à vida e ao dia com uma tal força, que lhes mostrem as traições, que se lhes apreciem os cheiros e que lhes saiam dos lábios toda a valentia de suas palavras cheias de amor ou de asco.
O que não pode continuar é o que hoje sobe aos palcos levados pela mão dos seus autores. São personagens ocos, totalmente vazios, a quem só se pode ver através do colete um relógio parado, um osso falso ou um cocô de gato, desses que se encontram por aí. Hoje, na Espanha, a maioria dos autores e dos atores ocupam uma zona apenas intermediária. Escreve-se no teatro para os camarotes e não para o poleiro. Escrever para a plateia principal é a coisa mais triste do mundo.

O público que vai assistir fica frustrado . E o público virgem, o público ingênuo, que é o povo, não compreende por que se fala no teatro de problemas desprezados por ele nos pátios da sua vizinhança. Em parte os atores têm culpa. Não é que sejam más pessoas, mas ... “Ouça, Fulano, quero que você me faça uma comédia em que eu faça... eu mesmo. Sim, sim: eu quero fazer isso e aquilo. Quero estrear uma roupa de primavera. Adoraria ter vinte e três anos. Não se esqueça.” E, assim, não se pode fazer teatro. Assim, o que se faz é perpetuar uma dama jovem através dos tempos e um galã apesar da arteriosclerose. (...)

O teatro é um dos mais expressivos e úteis instrumentos para a edificação de um país e o barômetro que marca sua grandeza ou a sua decadência. Um teatro sensível e bem-orientado (...) pode mudar em poucos anos a sensibilidade do povo; e um teatro destroçado, no qual as patas substituem as asas, pode embrutecer e adormecer uma nação inteira.
O teatro é uma escola de pranto e riso e uma tribuna livre onde os homens podem colocar, em evidência, morais velhas ou equivocadas e explicar com exemplos vivos normas eternas do coração e do sentimento do homem.
Um povo que não ajuda e não fomenta o seu teatro, se não está morto está moribundo; como o teatro que não colhe a pulsação social, a pulsação histórica, o drama de suas gentes e a cor genuína de sua paisagem e de seu espírito, com riso ou com lágrimas, não tem o direito de chamar-se teatro. Não me refiro a ninguém nem quero machucar ninguém; não falo da realidade viva, mas sim do problema levantado sem solução.

Escuto todos os dias, queridos amigos, falar da crise do teatro e sempre penso que o mal não está diante dos nossos olhos, mas sim no mais escuro de sua essência: não é um mal de flor atual, ou seja, de obra, mas sim de profunda raiz, que é em suma, um mal de organização. (...)

O teatro deve se impor ao público e não o público ao teatro. Para isso, autores e atores devem revestir-se, a custa de sangue, de grande autoridade, porque um público de teatro é como as crianças nas escolas; adora o professor sério e austero que exige e faz justiça e enche de agulhas cruéis as cadeiras em que se sentam os professores tímidos e aduladores que não ensinam nem deixam ensinar.


Há necessidade de fazer isso para o bem do teatro. Há que manter atitudes dignas. O contrário seria matar as fantasias, a imaginação e a graça do teatro, que é sempre, sempre uma arte. Arte acima de tudo. Arte nobilíssima. E vocês, queridos atores, artistas acima de tudo. Artistas dos pés à cabeça, já que por amor e vocação subiram ao mundo fingido e doloroso do palco. Artistas por ocupação e preocupação,desde o teatro mais modesto ao mais importante se deve escrever a palavra “Arte” em salas e camarins, porque senão vamos ter que pôr a palavra “Comércio” ou alguma outra que não me atrevo a dizer. É trabalho, disciplina, sacrifício e amor.

Não quero dar-lhes uma lição porque me encontro em condição de recebê-la. Minhas palavras são ditadas pelo entusiasmo e pela segurança. Não sou um iludido. Pensei muito e com frieza, o que penso, e, como bom andaluz, possuo o segredo da frieza porque tenho sangue antigo. Sei que não possui a verdade aquele que diz “hoje, hoje, hoje”, com os olhos postos nas pequenas goelas da bilheteria, mas sim o que serenamente olha lá longe a primeira luz na alvorada do campo e diz “amanhã, amanhã, amanhã” e sente chegar a nova vida que se derrama 
sobre o mundo.

(...) Sabe outra coisa? Na arte não se deve nunca ficar quieto nem satisfeito. Há que ter a coragem de quebrar a cabeça contra as coisas e a vida... A cabeçada... depois a gente vê o que acontece... Já veremos onde está o caminho . Uma coisa que também é primordial é respeitar os próprios instintos. O dia em que se deixa de lutar contra seus instintos, esse dia em que se deixa de lutar contra seus instintos, nesse dia aprendemos a viver. 









SOBRE O TEATRO COTIDIANO 4: COMO NA VIDA REAL



Aos que virão depois de nós
I
Eu vivo em tempos sombrios. Uma linguagem sem malícia é sinal de estupidez, uma testa sem rugas é sinal de indiferença. Aquele que ainda ri é porque ainda não recebeu a terrível notícia.
Que tempos são esses, quando falar sobre flores é quase um crime. Pois significa silenciar sobre tanta injustiça? Aquele que cruza tranqüilamente a rua já está então inacessível aos amigos que se encontram necessitados?
É verdade: eu ainda ganho o bastante para viver. Mas acreditem: é por acaso. Nado do que eu faço dá-me o direito de comer quando eu tenho fome.
Por acaso estou sendo poupado. 
(Se a minha sorte me deixa estou perdido!)
Dizem-me: come e bebe! Fica feliz por teres o que tens! Mas como é que posso comer e beber, se a comida que eu como, eu tiro de quem tem fome? Se o copo de água que eu bebo, faz falta a quem tem sede? Mas apesar disso, eu continuo comendo e bebendo.

Eu queria ser um sábio

I
Nos livros antigos está escrito o que é a sabedoria: Manter-se afastado dos problemas do mundo e sem medo passar o tempo que se tem para viver na terra; Seguir seu caminho sem violência, pagar o mal com o bem, não satisfazer os desejos, mas esquecê-los. Sabedoria é isso! Mas eu não consigo agir assim. É verdade, eu vivo em tempos sombrios!
II
Eu vim para a cidade no tempo da desordem, quando a fome reinava. Eu vim para o convívio dos homens no tempo da revolta e me revoltei ao lado deles. Assim se passou o tempo que me foi dado viver sobre a terra. Eu comi o meu pão no meio das batalhas, deitei-me entre os assassinos para dormir,
Fiz amor sem muita atenção e não tive paciência com a natureza. Assim se passou o tempo que me foi dado viver sobre a terra.
III
Vocês, que vão emergir das ondas em que nós perecemos, pensem, quando falarem das nossas fraquezas, nos tempos sombrios de que vocês tiveram a sorte de escapar. Nós existíamos através da luta de classes, mudando mais seguidamente de países que de sapatos, desesperados! quando só havia injustiça e não havia revolta. Nós sabemos: o ódio contra a baixeza também endurece os rostos! A cólera contra a injustiça
faz a voz ficar rouca! Infelizmente, nós, que queríamos preparar o caminho para a amizade, não pudemos ser, nós mesmos, bons amigos. Mas vocês, quando chegar o tempo em que o homem seja amigo do homem, pensem em nós com um pouco de compreensão.

 Precisamos De Você

Aprende - lê nos olhos, lê nos olhos - aprende a ler jornais, aprende: a verdade pensa com tua cabeça. Faça perguntas sem medo não te convenças sozinho mas vejas com teus olhos. Se não descobriu por si na verdade não descobriu. Confere tudo ponto por ponto - afinal você faz parte de tudo, também vai no barco, "aí pagar o pato, vai pegar no leme um dia.
Aponte o dedo, pergunta que é isso? Como foi parar aí? Por que? Você faz parte de tudo. Aprende, não perde nada das discussões, do silêncio. Esteja sempre aprendendo por nós e por você. Você não será ouvinte diante da discussão, não será cogumelo de sombras e bastidores, não será cenário para nossa ação.

Louvação da Desmemória

Boa é a desmemória! Sem ela, como iria deixar o filho a mãe que lhe deu de mamar, que lhe emprestou força aos membros e que o retinha para o experimentar. Ou como iria o aluno deixar o mestre que lhe emprestou o saber? Com o saber emprestado, cumpre ao discípulo pôr-se a caminho.
Na casa velha os novos moradores entram; se lá estivessem ainda os que a construíram, seria a casa pequena demais.
O forno esquenta, e do oleiro ninguém se lembra mais. O lavrador não reconhece o pão depois de pronto. Como levantar-se de novo o homem de manhã, sem o esquecimento que apaga os rastros da noite? Como iria, quem foi ao chão seis vezes, levantar-se pela sétima vez para amanhar o pedregoso chão, para subir ao perigoso céu?
É a fraqueza da memória que dá força à criatura humana.
(Poemas e Canções.Trad. Geir Campos. Civilização Brasileira, 1996)




A arte, quando é boa, é sempre entretenimento.

Todas as artes contribuem para a maior de todas as artes, a arte de viver.

Você está onde quer estar? Você está com a pessoa com quem quer estar? Você está fazendo o que quer fazer? Você está querendo o que está fazendo? Ser feliz é sentir-se bem com você mesmo!

Desconfiai do mais trivial, na aparência singelo. E examinai, sobretudo, o que parece habitual. Suplicamos expressamente: não aceiteis o que é de hábito como coisa natural, pois em tempo de desordem sangrenta, de confusão organizada, de arbitrariedade consciente, de humanidade desumanizada, nada deve parecer natural nada deve parecer impossível de mudar.

Em vosso mundo: por que o mal é  premiado e o bem não ganha nada. Quando por sorte não é castigado?

“A esperança do Mundo”

Seria a opressão tão antiga quanto o musgo dos lagos?Não se pode evitar o musgo dos lagos.Seria tudo o que vejo natural, e estaria eu doente, ao desejar remover o irremovível?Li canções dos egípcios, dos homens que construíram as pirâmides.Queixavam-se do seu fardo e perguntavam quando terminaria a opressão. Isto há quatro mil anos.A opressão é talvez como o musgo, inevitável.

2
Se uma criança surge diante de um carro, puxam-na para uma calçada. Não o homem bom, a quem erguem monumentos, faz isso. Qualquer um retira a criança da frente do carro.Mas aqui muitos estão sob o carro, e muitos passam e nada fazem.Seria porque são tantos os que sofrem? Não se deve mais ajudá-los, por serem tantos? Ajudam-nos menos.Também os bons passam, e continuam sendo tão bons como eram antes de passarem.

3
Quanto mais numerosos os que sofrem, mais naturais parecem seus sofrimentos, portanto. Quem deseja impedir que se molhem os peixes do mar?E os sofredores mesmos partilham dessa dureza contra si e deixam que lhes falte bondade entre si.É terrível que o homem se resigne tão facilmente com o existente, não só com as dores alheias, mas também com as suas próprias.Todos os que meditaram sobre o mau estado das coisas recusam-se a apelar à compaixão de uns por outros. Mas a compaixão dos oprimidos pelos oprimidos é indispensável.Ela é a esperança do mundo


Fontes: